Mas a reter, que nem me quero alongar: As mulheres ganharam o direito ao trabalho e à igualdade. Muito bem. Mas não se libertaram do papel tradicional das mulheres socialmente exigido. Agora fazem o pleno. Pretende-se que sejam excelentes profissionais e, em simultâneo, excelentes mães (e mulheres/esposas, e filhas - que são ainda as mulheres que dedicam mais tempo a cuidar dos mais velhos, nos casos em que ainda é possível). O tempo não chega para tudo e a energia também não. É de dar tiros na cabeça! (Que foram tiros no pé é certo!)
Ou a malta toma comprimidos para aguentar, ou se sente miserável ou barafusta. Eu já fiz as três coisas.
Agora temos opção de escolha. Ter filhos ou não ter. Ter carreira ou não. Não estamos é verdadeiramente preparadas para o que sucede a seguir. Principalmente quando temos a ilusão de conciliar as duas coisas, até porque nos educaram para a igualdade (entre sexos). Vemo-nos a todos muito modernos. Ora, acontece pelo menos uma de duas coisas:
Uma - que os avós dos nossos filhos já não são, na sua maioria, como os nossos. Ou melhor dizendo: as avós! Que os avós, esses, continuam mais ou menos na mesma. As avós é que, tendo conquistado o direito ao trabalho e a independência económica e intelectual, não estão em casa a tratar dos nossos rebentos (como as nossas avós fizeram connosco quando as nossas mães ganharam asas e voaram).
Duas - os nossos companheiros, co-parentais, se por sorte já vieram educados na questão da partilha de tarefas domésticas (não é assim tão frequente que nos cheguem nesses moldes), raramente têm na sua noção de igualdade que o cuidado dos filhos e a gestão das carreiras e vida familiar deve ser feita de igual forma. Eu nunca tive essa sorte, em duas procriações diferentes... (e aqui é que, desta vez, não me vou alongar porque já disse tudo ali, ali, e em muitos outros posts por esses blogues fora)
E ainda três - que esta merda desta sociedade igualitária não esteja de facto minimamente adaptada à realidade, não compense minimamente as disparidades ou não promova efectivamente a igualdade. Portanto, cai-nos a realidade em cima e esmaga-nos.
Mais: se alguém quiser estudar a sério as questões biológicas e os seus efeitos na nossa sociedade (biólogos e sociólogos, uni-vos pelamor da santa!), poderá ainda constatar as diferentes realidades no que diz respeito ao investimento parental nas fêmeas e nos machos - de toda uma série de espécies animais (e nós ainda não deixámos de o ser) - e agir em conformidade!...
Mas há-de rolar muita água e passar muuuuito tempo até que isto se concretize... o que é uma pena e um desgaste.
Por agora, este post (o post e não o livro a que se refere e critica), levanta algumas destas questões. E ainda, essa coisa particular que é a de uma geração crescer em reacção à anterior e como isso se aplica hoje, neste(a)s filho(a)s de mães que se dedicaram finalmente à sua vida profissional... ui!... Pano para mangas! Lá voltaremos.
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