Que o conceito de beleza e a sua representação gráfica, assim como a estética dominante, sofrem alterações ao longo dos tempos, todos sabemos. Mais documentadamente ou menos, como objecto de estudo um bocadinho mais prolongado ou não. Mas não deixa de ser curioso que, mesmo com documentação disponível, se dê um cunho de actualidade nas opções de retrato, mesmo quando se trata de recriações de época (filmes ou séries, mais especificamente).
Lembro-me em miúda de ficar pasmada com as reconstituições do século XIX com estética dos anos 70, profundamente denunciada pelos penteados e maquilhagem dos actores. Quem diz isso diz as reconstituições fabricadas nos anos 50 e 60, ou outras (80, 90 e 2000 não são excepção).
Que haja um distanciamento difícil de conseguir, compreendo. Mas não acredito que seja de todo impossível, caso seja esse, de facto, o objectivo e haja nisso interesse.
Não deixa por isso de me surpreender que haja (ainda...) quem reconstitua os ideais de beleza de outras épocas à luz da estética actual. Reconstituição séria? Não. Vendas! E o sexo vende? Vende, sempre vendeu. Mas agora vende o de agora e não o de ontem.
Tomemos por exemplo estas fotografias que aqui reproduzo, de bailarinas exóticas de 1890 (estas e outras, aqui).
E consideremos igualmente este filme, que retrata um bordel de Paris precisamente nos finais do século XIX.
Hum. Estamos a comprar o quê?
Para mais desenvolvimentos, claro, preciso de ver o filme. Que o trailer não basta.
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E porque isto anda tudo ligado (eles andem aí!..), convido-vos a ver estes dois vídeozinhos!
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*não ao abrigo do acordo ortográfico. Fatos, fatos e não factos.
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